terça-feira, 2 de junho de 2015

                             Olhe a sua volta antes de reclamar da vida.

A um mês me mudei de Bissau para uma cidade chamada Buba, onde Buba é a capital da região de Quinara. Hoje Buba é a região mais pobre de Guiné Bissau, não tem energia elétrica, água encanada ou saneamento básico, não tem mercado e nem farmácias.
Assim que chegamos foi muito corrido e difícil e ainda é, pois a casa onde moramos não tem água, tem um poço artesiano mas esta seco, então o dono da casa teve que furar outro, mas continuamos sem água porque o dono tem que comprar um bomba, caixa d’água, todos os aparatos para que tenhamos água dentro da casa e isso demanda de um pouco de tempo e dinheiro. Você deve estar se perguntando, onde pegamos água? E energia elétrica?
A água que usamos para tomar banho, limpar a casa e lavar louça, pegamos no escritório da Uniogbis onde meu esposo trabalha, pegamos em “Bidões”  que no Brasil conhecemos como Galões; Então pegamos água nesses bidões e levamos para casa e enchemos alguns toneis que temos e água para beber compramos garrafas de água mineral e cozinhar.
 A energia temos um gerador onde nos fornece energia das nove da noite até três horas da manhã, mas esta semana compramos um painel solar, onde temos energia elétrica o dia todo e fazendo assim que baixemos as horas que o gerador fica ligado, até porque consome muito gasóleo e quanto mais horas fica ligado mais temos que gastar com manutenção do mesmo.  

Se você esta ai pensando que para nós esta difícil. Meu caro amigo (a) pense nos outros guineenses que moram aqui em Buba, que na sua maioria andam alguns quilômetros para pegar água em águas poços coletivos, não tem luz elétrica, e muitos não tem gerador pois é muito caro.

São essas coisas que fazem refletir e diariamente agradecer a Deus pelo muito que eu tenho. Muitos me questionam como eu estou me adaptando em Buba e se eu estou bem? E minha resposta é: sim estou bem e estou me adaptando da melhor forma (risos). Muitos estrangeiros que vem para trabalhar aqui não coseguem se adaptar e muitos sofrem porque esta longe da família, amigos, longe do seu país. Mas eu tento da minha melhor forma fazer daqui meu segundo país, minha casa, sinto falta dos meus amigos e da minha familia no Brasil é obvio que sim, sinto falta das pequenas coisas que quando temos não damos valor, sinto falta até mesmo do transito de Brasília (risos). Hoje tenho amigos aqui em guiné que são irmãos, pessoas que sempre nos ajudam e que aqui estão a serviço para ajudar o próximo e contribuir cada dia mais na melhora da Guiné Bissau.